sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Programa especial

Para ministros, secretários de estado

E outros grandes senhores

Que ao primeiro desiquilíbrio

Sacrificam-se e vão para administradores!

LC

A quem o dizes;

Poder e que poder

Que se uma boa língua me ataca

Fico paralizado sem me mexer.

Eu também a uso quando posso,

Ponho-me de joelhos e rezo o pai nosso

E a vítima do meu rezar

Pede sempre mais, quase a chorar!

LC

Há dúvidas ou quê?

O onze joga péssimamente

E ele não vê:

Fica paralizado,

Bebendo golinhos de água

Enquanto a equipa sofre vergonhas

Que enchem o adepto de mágoa.

De que é a culpa de quem é?

De certeza que não é do zé!

LC

Vou-me já inscrever

Quero estar bem preparado

Mato-me a estudar

Para aprender a morrer.

Quero ser o melhor aluno

Ter vintes nos exames

E se assim fôr

Exijo uma morte sem dor!

LC

É do que eu gosto

E não quero mais nada

Elas marcam a cadência

E abusam da minha inocência!

LC

É a ambição máxima

De todos os bons filhos

Que os sustentem até aos cinquenta

Sem lhes levantarem sarilhos:

Mesada farta,pequeno almoço na cama,

Universidade eterna, tinto na taberna(está na moda)

Namoradas de curta duração, carinhinhos da mamã

Caminha toda a manhã, noites bem passadas

Em borga bebida e acalorada

E crescer de forma sustentada.

É a vida perfeita

Amor aos papás

Seja menina ou rapaz!

LC

Não concordo.

Há lá melhor coisa do que os paraísos

E não falo dos celestes que ninguém os viu

Falo dos terrenos, esses sim, esperançosos

Que são a alegria dos criminosos.

Proibir é sempre uma má opção

E pode levar à ruína as Ilhas Caimão.

O mundo faz-se com alegria

E não com desgraças e ais

Venham de lá os paraísos

Todos os outros mais os fiscais.

Eu também gostava de ter um ou mais,

Dizem que há umas Ilhas Virgens

Que recebem bem sem olhar a quem,

Bem hajam, amém!

LC

Tanto quanto se sabe

É mesmo caso único

Um Cordeiro tão forte

Que os lobos quando o veem

Pôem o rabo entre as pernas

E teem um medo de morte.

A natureza produz estas surpresas

Fruto de estranhos cruzamentos

Um animal que era para ser bom

E saiu dos mais violentos.

Não tem lã suave nem doce balir

Tem pêlo eriçado e é de fugir.

Não se metam com ele

Gosta de farmácias

Mora em Cascais

E não digo mais!

 

LC


Aquilo na Madeira é um caso sério

Têm os árbitros todos comprados

E quando a malta entra em campo

Já os golos dele estão encomendados.

O homem não dá ponto sem nó

Nem deixa os créditos por mãos alheias;

Humilha o Cavaco, toureia o Sócrates,

Dá migalhas aos árbitros e fica com as mãos cheias.

E para acabar com a gozação

Caga-se pró partido e prá oposição.

Mas todo o político responsável, bom de vista

Sorri-lhe subserviente e chama-lhe estadista.

É justo!

LC

É o ideal;

Seis a praticar o bem

E uma o mal integral.

É suficiente

E é o que deseja toda a gente!

LC

 

Ó diabo!

Não digam que a coca está a desvalorizar

E a heroina já deu o que tinha a dar?

Um rapto bem enquadrado

É barato e dá milhões

E é só esconder alguém,

Em boas condições, sem mais confusões.

A PJ adapta-se aos novos tempos

Assim é que é!

LC

É justo

Toda a gente sabe desde sempre

Que os detectives têm por missão

Espiar as vidas públicas

E de preferência de gente comum

Sem nada para esconder.

Este fugiu à regra, ao código de conduta

Vai ter que se defender do promotor

Que para descobrir tudo

Lá terá que espiar a vida privada do acusado.

Não é um caso bem gozado?

LC

domingo, 18 de janeiro de 2009

É o meu caso:

Sou sério da ponta dos cabelos

Até às unhas dos pés.

Mas é claro que tenho emoções

E de vez em quando passo-me

E disparo uns palavrões.

Também com esta vida “filha de puta”

Só se fizéssemos todos como o Sócrates

E nos embebedásemos de cicuta.

O filósofo ia gostar

Ficava sem ninguém para aturar.

Cabrão, isso é o que ele queria!

LC

 

Não é mau

Nos tempos que correm

Se um gajo ainda as dá

E não fraqueja nem se aleija

É do melhor que há.

Bendito martelo!

LC 

Sem ritmo para as espanholas?

Quem são os cobardolas?

Portugas não são com certeza

Que embora as espanholas tenham o diabo no corpo

Os portugas são malta tesa.

E ai delas se se atravessam à frente

Vão ver o ritmo diabólico a que a malta as vai sujeitar.

É de pasmar!

LC

Um azar nunca vem só;

Já não tinha um olho e a vida era difícil

Agora sem a sinalética a ajudar

A coisa só pode piorar.

A questão do olho ainda se arranjava

Encomendava-se aos cubanos

Que nesta coisa de tratar dos olhos

Desde que haja dólares, são muito humanos.

Mas prá sinalética,

Mesmo sendo marxistas

Falta-lhes dialética.

Vá-se lá saber porquê!

LC


Foda-se,Vou já para lá

Este não interessa nem ao menino jesus

E o outro só pode ser melhor:

Boa vida, comer, beber, preguiçar

E liberdade absoluta ao amor.

Eu vou adorar

LC

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009


Gabo-te a coragem

Confessares em público os teus problemas

É a psicanálise de grupo a funcionar;

Como tu alguns milhares

Têm o mesmo problema para exorcisar.

Na foto não transparece nada

Se calhar as nódoas negras

“Calharam” todas à tua namorada.

Mas tens valor na mesma

Nem toda a gente tem coragem

De confessar que erra

E ser malandro mas assumido

É que está na berra!

LC

Parceiros inseparáveis.

O meu todo só se sente bem

É entre as partes

Não quer mesmo outra coisa

Diz que é lá o seu habitat natural.

O meu todo diz que é artista

Gosta de pintar a manta

E é especialista na aguarela

Pintando belos quadros

Especialmente  nas partes dela.

Depois volta a casa

E idealiza outras pinturas noutras partes

Que é esta a relação do meu todo artista

Com a beleza das artes!

LC

Eu nem abria processo

Nem inquiria testemunhas

Aplicava-lhes sem remissão

Prisão perpétua ou injecção letal

E acabavam-se os radares

Que só espalham o mal.

A mim já me penalizaram várias vezes

Sem provas materiais

Sob suspeitas captadas no ar

E para não ir preso, fiquei teso.

Para estes instigadores do mal

Só memo injecção letal.

Eu voto a favor!

LC



Já a alma dá cabo do corpo

Sempre com receios e recriminações

Não deixa o corpo libertar-se

E impõe-lhe mais e mais inibições.

Se a alma não tivesse medo do medo

O corpo era livre e feliz

E fazia o que lhe desse na real gana

Mas a alma acagaçada por tudo e por nada

Faz papel de tímida e puritana.

E assim continuará  se ninguém inverter a tendência

Mesmo que para tal se recorra à violência.

Era bem feito faltarem-lhe todos ao respeito!

LC

É mesmo grosseria;

Já não se diz assim:

Eu comi esta, aquela anda a comer aquele.

Comer fica guardado para outros pratos

Na linguagem decente

Exigem-se outros tratos:

Faz-se amor, curte-se, trocam-se favores

Pratica-se sexo oral.

Comer é grosseria do passado

O sexo é agora civilizado

Há educação sexual nas escolas

Tudo muito bem ilustrado

E mesmo a malta mais novinha

Sabe que fazer o felatio

Não é chupar um gelado!

LC

Não que ideia,

É bruto lá isso é

Mas só se vão contra ele.

De resto betão é civilização

Mesmo que a coisa seja dura

Quanto mais betão mais cultura!

LCo que ideia,

É bruto lá isso é

Mas só se vão contra ele.

De resto betão é civilização

Mesmo que a coisa seja dura

Quanto mais betão mais cultura!

LC

Isto é que é solidariedade.

Portugal tem a população a diminuir

A Espanha tem-na a aumentar

Por isso bons vizinhos como são

Dão-nos população.

É bom para nós

E a eles não faz falta

Venham de lá os ilegais

Que é tudo boa malta.

E viva a Espanha olé!

LC


Tarefa inglória

Mesmo quando o resultado final

É a vitória.

A guerra não deixa que a percebam

Ela vive da ignorância dos povos

Que fazem questão de a transmitir

Sempre aos mais novos.

Quanto mais enigmática e desconhecida

Mais eficaz e cheia de vida.

É a guerra percebem?

LC




Não é de ninguém

Que à noite a liberdade é total

Não há donos nem poder

Venha lá o mais pintado

Uma noite sem proprietários

É uma alegria para os libertários

Que percorrem o seu caminho

Directos ao bem universal

Com milhões no culto do carinho

E outros milhões no do carnal

E é tudo muito natural!

LC